sexta-feira, 25 de março de 2011

Adriana Calcanhoto está infectada




Adriana Calcanhoto está infectada. Diz ser portadora do "micróbio do samba". Este também é o nome de seu oitavo álbum de estúdio: o mais autoral, segundo sua avaliação. Um disco que chegou às lojas esta semana, mas que - diferente da regra - não terá shows. E não é o tal micróbio que afasta Calcanhoto dos palcos, e sim um cisto na mão direita que provoca uma forte tendinite. "Tocar piano não dói tanto. Não posso ficar horas, mas não machuca tanto. O violão está impossível".
Gaúcha radicada no Rio, Calcanhoto não se mete em polêmica à toa. Elogia a eleição da presidente Dilma Rousseff, mas afirma não ser da sua competência avaliar a escolha de Ana de Hollanda para o Ministério da Cultura, dona de uma gestão tão recente quanto polêmica.
Se, por um lado fecha com o antigo ministro Gilberto Gil na defesa do selo do Creative Commons - um debate que colocou ele e o amigo Caetano Veloso em lados opostos do ringue -, por outro, defende a decisão do MinC no que diz respeito ao sinal verde para o discutido blog de poesias de Maria Bethânia captar R$ 1,3 milhão em dinheiro da iniciativa privada, beneficiada com isenção fiscal.
Mas os freios da língua somem quando o assunto é música. Ao falar da sua relação com o samba, do processo de gestação, composição e gravação do novo disco, se empolga. Relembra os primeiros sambas que compôs e como, numa gravação com a Mangueira do Amanhã, percebeu ter nascido com O Micróbio do Samba, "doença" que, segundo ela, a faz ouvir samba até nas composições clássicas do austríaco Gustav Mahler.


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