Na semana passada, os números não deixaram dúvida: o que mais se procurou nos EUA foi "Contra", o segundo lançamento da banda Vampire Weekend.
Contra" estreou no primeiro lugar da parada dos EUA, deixando para trás álbuns nomões como Lady Gaga, Susan Boyle e Ke$ha, nova popstar teen. Nada mau para um grupo indie formado por estudantes universitários de Nova York e que não é apoiado por nenhuma grande gravadora.
O primeiro lugar de "Contra" é surpreendente porque o disco é uma coleção de dez faixas que está longe dos padrões da atual música pop --não contém hits radiofônicos, mas canções com harmonias percussivas, elementos afros, dancehall e referências ao lado político do The Clash. "Contra" é inspirado parcialmente por "Sandinista!" (contras, sandinistas, Nicarágua...), disco triplo do Clash de 1980 e o mais ambicioso da banda punk britânica, misturando reggae, folk, dub e rap. Joe Strummer, vocalista do Clash, é indiretamente lembrado em "Diplomat's Son" (música que traz sample de uma faixa da anglo-cingalesa M.I.A.).
Clash e M.I.A. parecem não combinar? Pois é, não há fronteiras impossíveis para o Vampire Weekend. Para o bem e para o mal: a banda parece se levar tão a sério, tenta colocar tantas cores ao mesmo tempo que chega a irritar em "Taxi Cab" e "California English". Esse tipo de pedantismo cabeça era o que enfraquecia o primeiro disco da banda, homônimo, lançado em 2008. "Contra" vai em direção oposta, revelando uma certa ingenuidade do Vampire Weekend.
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