Ao ouvir algumas das faixas do novo CD do Pato Fu, “Musica de Brinquedo”, é difícil não pensar: porque eles não pensaram nisso antes? A sonoridade da banda sempre teve um quê de experimental, que utilizar brinquedos para produzir música é muito a cara do Pato Fu. A voz macia da Fernanda Takai casa perfeitamente com pianinhos, flautinhas, bichos de pelúcia que emitem sons e toda sorte de brinquedos que muitas vezes irritam um pouco os adultos. Mas nesse novo projeto dos mineiros, o que poderia ser uma barulheira ganha harmonia.
Na hora de escolher as músicas para compor o CD prevaleceram as releituras até para que as experimentações sonoras ficassem mais ricas. Segundo John, as composições inéditas – que a banda tem aos montes – não casariam tão bem quanto músicas já conhecidas. A seleção é a mais diversificada possível: desde clássicos da década de 70 como “Rock and Roll Lullaby”, “Love me tender”, de Elvis Presley, “My Girl”, dos Temptations; passando por Beatles com “Live and let die”; regravações do rock brazuca dos anos 80, como “Ska”, dos Paralamas do Sucesso, e “Sonífera Ilha”, dos Titãs, e outros hits nacionais como “Primavera”, “Ovelha Negra” e “Frevo Mulher”. É claro que não podia falar a marca oriental da nipônica Fernanda Takai, que vem com “Twiggy Twiggy”, dos japoneses da Pizzicato Five.
“Música de brinquedo” é para quem gosta de música boa, venha de onde vier, para quem gosta de criatividade, para quem gosta de Pato Fu.